Que fizeram de nós a televisão e os jogos de computador? Já nenhuma criança se magoa por subir a uma árvore e poucas são as que chegam a casa sujas de terra. Diz-se que as nossas crianças estão mais doentes: hiperactivas, com défices de atenção, depressivas, com medos e fobias. Tudo contido entre quatro paredes. Tudo medido e quantificado. Tudo organizado e artificialmente estimulado. Estão doentes pronto. Esquecendo nós que a doença é também ela uma construção social.
Surge agora, em muitos artigos técnicos, de opinião, livros, discursos ambientalistas, a presença de um novo síndrome: o Síndrome de Défice de Natureza.
Fala-se de uma alienação da natureza que provoca, na criança ou adulto, uma redução da capacidade de redução dos sentidos, de captação e focalização nos estímulos exteriores. Perdeu-se o entusiasmo pelo natureza. Pelo "Vir cá Fora". E, mais do que isso, criou-se Medos e Inseguranças perante o espaço exterior: um mundo exterior cheio de obstáculos, pessoas e seres estranhos. E isto traz-nos à necessidade comum de perceber o quão este caminho poderá ter repercussões sérias tanto na nossa evolução pessoal e social como no próprio planeta.
Só pelo contacto podemos de facto amar a Natureza, e só a amando a podemos Cuidar. Pede-se aos pais um pouco mais de entusiasmo perante as fantásticas surpresas que a Natureza nos reserva. Tirar as nossas crianças e as nossas famílias das tais quatro paredes. Libertá-las, aumentando-lhes a possibilidade de se perceberem como parte integrante de algo maior. De encontrar soluções criativas para os pequenos problemas do dia a dia, de serem mais autónomas, mais confiantes, mais felizes.
Á pergunta " Porque precisam as crianças da Natureza" poderiamos também responder " Porque a Natureza precisa das nossas crianças" e de todos nós, já agora, mais saudáveis e mais prontos para descobrir o que realmente somos.
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